Cibercultura + Antropologia + Digital Trash + Design
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Texto 1 - Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do pós-humano. Lúcia Santaella.
Texto 1 - Este artigo da Professora Lúcia Santaella, da PUC-SP, trata da questão do desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação e de algumas das suas implicações na sociedade contemporânea.
As transformações culturais não acontecem só pelo surgimento das novas tecnologias, mas também pelo signos que desses meios, sua mensagem e a linguagem que utilizam. A cultura das mídias tem o poder de moldar o pensamento e a sensibilidade dos seres humanos e criar novos ambientes socioculturais. É impossível separar a mensagem do meio, já que é determinada muito mais pelo meio que a veicula do que pelas intenções de seu autor - o meio é a própria mensagem e o veículo é o que primeiro aparece no processo comunicativo. As tecnologias, equipamentos e linguagens criadas para circularem neles têm como principal característica propiciar a escolha e consumo individualizados, o que mudou a postura do receptor, antes passivo e agora impelido à busca da informação e do entretenimento desejados. Devido à multiplicação de mensagens e fontes, a audiência acaba por tornar-se mais seletiva. A cultura do acesso também é a cultura do excesso, marca registrada da cultura digital. Cabe aos receptores filtrarem o que realmente lhes é relevante.
As novas tecnologias da informação, os meios de comunicação e os tipos de signos que circulam nesses meios, estão mudando toda a cultura em geral, não só por moldar o pensamento e a sensibilidade dos seres humanos, mas também, propiciando novos ambientes socioculturais. Mídias são apenas meios por onde transitam as mensagens, não importando se são responsáveis pelo crescimento e multiplicação dos códigos e linguagens; continuam sendo meros canais, tecnologias que nada seriam se não fosse pelas mensagens que configuram. No entanto, são formadoras de novos ambientes sociais. Acabam sempre criando um processo cumulativo onde uma nova formação cultural e comunicativa vai se integrando com a anterior, provocando reajustes e refuncionalizações. Nesse processo, alguns elementos caem em desuso, outros são substituidos por uma tecnologia mais moderna, ou seja, assim como um organismo vivo, a cultura vai sofrendo adaptações imprevisíveis e surpreendentes. Com a imposição da cultura digital ou cibercultura, nos anos 80, as uniões e misturas entre linguagens e meios se intensificaram. Com isso, surgiu uma cultura que nos instigou à busca da informação e do entretenimento que desejamos encontrar, o que gerou uma exarcebação da produção e circulação de informações dos dias de hoje e esta (informação), acabou se tornando a palavra de ordem. Deve-se, porém, procurar evitar os excessos. Na cultura contemporânea, é impensável uma gama de interações sociais sem tecnologia e se for pensar em cultura como criaturas humanas, nós somos os responsáveis por moldar nossa mente e sensibilidade, especialmente as tecnologias digitais e computacionais, que são tecnologias de inteligência; auto-evolutivas. E se são crias nossas, logo logo será possível uma metamorfose entre corpo humano e computadores, o que resultará no surgimento do que tem sido chamado pós-humano.
A visão de Santaella desassocia a mídia à informação, julgando-a simplesmente como um veículo transmissor e não participativo do julgamento e expressão do receptor, pelo cenário em que nos encontramos de verdadeiro transbordamento de opiniões e informações e personalizações de mensagem, na qual o meio não é mais um veículo apenas. A participação do usuário que acessa blogs e comenta sobre uma determinada notícia com base naquilo o que vive e vê no seu mundo, interfere na mídia e gera algo até então anormal para um veículo: a capacidade de interferir sem aparente censura e de igual para igual, receptor para receptor. Esta cultura de excessos faz com que aquele que observa necessita um constante filtro e uma constante reciclagem de idéias se quiser se manter contemporâneo.
O texto escrito por Lúcia Santaella tem a preocupação de mostrar a força com que a cultura das mídias (através das novas tecnologias) é capaz de mudar toda uma cultura em geral. Entretanto, essa facilidade com que as informações (textos, vídeos ou fotos) são "postadas" na rede gera um grande excesso de mensagens, alimentando, com isso, uma cultura do exagero. Dessa forma, essa nova mídia determina uma audiência segmentada e diferenciada intensificando a relação entre o emissor e o receptor da mensagem.
Lúcia Santaella mostra que o poder das mídias cria um universo de influência que toca as pessoas a ponto de mudar toda uma cultura social. Mídias são apenas meios por onde transitam as mensagens, não importando se são responsáveis pelo crescimento e multiplicação dos códigos e linguagens; continuam sendo meros canais, tecnologias que nada seriam se não fosse pelas mensagens que configuram. Sem um poderoso filtro fica impossivel inovar nas idéias.
6 comentários:
As transformações culturais não acontecem só pelo surgimento das novas tecnologias, mas também pelo signos que desses meios, sua mensagem e a linguagem que utilizam. A cultura das mídias tem o poder de moldar o pensamento e a sensibilidade dos seres humanos e criar novos ambientes
socioculturais. É impossível separar a mensagem do meio, já que é determinada muito mais pelo meio que a veicula do que pelas intenções de seu autor - o meio é a própria mensagem e o veículo é o que primeiro aparece no processo comunicativo. As tecnologias, equipamentos e linguagens criadas para circularem neles têm como principal característica propiciar a escolha e consumo individualizados, o que mudou a postura do receptor, antes passivo e agora impelido à busca da informação e do entretenimento desejados. Devido à multiplicação de mensagens e fontes, a audiência acaba por tornar-se mais seletiva. A cultura do acesso também é a cultura do excesso, marca registrada da cultura digital. Cabe aos receptores filtrarem o que realmente lhes é relevante.
As novas tecnologias da informação, os meios de comunicação e os tipos de signos que circulam nesses meios, estão mudando toda a cultura em geral, não só por moldar o pensamento e a sensibilidade dos seres humanos, mas também, propiciando novos ambientes socioculturais.
Mídias são apenas meios por onde transitam as mensagens, não importando se são responsáveis pelo crescimento e multiplicação dos códigos e linguagens; continuam sendo meros canais, tecnologias que nada seriam se não fosse pelas mensagens que configuram. No entanto, são formadoras de novos ambientes sociais. Acabam sempre criando um processo cumulativo onde uma nova formação cultural e comunicativa vai se integrando com a anterior, provocando reajustes e refuncionalizações. Nesse processo, alguns elementos caem em desuso, outros são substituidos por uma tecnologia mais moderna, ou seja, assim como um organismo vivo, a cultura vai sofrendo adaptações imprevisíveis e surpreendentes.
Com a imposição da cultura digital ou cibercultura, nos anos 80, as uniões e misturas entre linguagens e meios se intensificaram. Com isso, surgiu uma cultura que nos instigou à busca da informação e do entretenimento que desejamos encontrar, o que gerou uma exarcebação da produção e circulação de informações dos dias de hoje e esta (informação), acabou se tornando a palavra de ordem. Deve-se, porém, procurar evitar os excessos.
Na cultura contemporânea, é impensável uma gama de interações sociais sem tecnologia e se for pensar em cultura como criaturas humanas, nós somos os responsáveis por moldar nossa mente e sensibilidade, especialmente as tecnologias digitais e computacionais, que são tecnologias de inteligência; auto-evolutivas. E se são crias nossas, logo logo será possível uma metamorfose entre corpo humano e computadores, o que resultará no surgimento do que tem sido chamado pós-humano.
A visão de Santaella desassocia a mídia à informação, julgando-a simplesmente como um veículo transmissor e não participativo do julgamento e expressão do receptor, pelo cenário em que nos encontramos de verdadeiro transbordamento de opiniões e informações e personalizações de mensagem, na qual o meio não é mais um veículo apenas. A participação do usuário que acessa blogs e comenta sobre uma determinada notícia com base naquilo o que vive e vê no seu mundo, interfere na mídia e gera algo até então anormal para um veículo: a capacidade de interferir sem aparente censura e de igual para igual, receptor para receptor.
Esta cultura de excessos faz com que aquele que observa necessita um constante filtro e uma constante reciclagem de idéias se quiser se manter contemporâneo.
O texto escrito por Lúcia Santaella tem a preocupação de mostrar a força com que a cultura das mídias (através das novas tecnologias) é capaz de mudar toda uma cultura em geral.
Entretanto, essa facilidade com que as informações (textos, vídeos ou fotos) são "postadas" na rede gera um grande excesso de mensagens, alimentando, com isso, uma cultura do exagero. Dessa forma, essa nova mídia determina uma audiência segmentada e diferenciada intensificando a relação entre o emissor e o receptor da mensagem.
Lúcia Santaella mostra que o poder das mídias cria um universo de influência que toca as pessoas a ponto de mudar toda uma cultura social.
Mídias são apenas meios por onde transitam as mensagens, não importando se são responsáveis pelo crescimento e multiplicação dos códigos e linguagens; continuam sendo meros canais, tecnologias que nada seriam se não fosse pelas mensagens que configuram.
Sem um poderoso filtro fica impossivel inovar nas idéias.
"Somos toda essa cultura
As tranformações culrurais são tenologia auto evolutivas, cada vez mais parecidas com o homem"
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